Regulamentada pelo Conselho Federal de Odontologia desde 2019, técnica corrige imperfeições e problemas como o bruxismo. Botox e preenchedores e laser estão entre os tratamentos que podem ser realizados por dentistas.

Desde 2019, o CFO (Conselho Federal de Odontologia) permitiu a prática por dentistas os procedimentos cirúrgicos em harmonização orofacial. A resolução 198/2019 reconheceu a especialidade, que engloba o equilíbrio estético e funcional da face, como uma área da Odontologia. Com isso, dentistas podem fazer uso de toxina botulínica (botox), preenchedores e laser. Além disso, também podem empregar técnicas cirúrgicas para correção de lábios e bochechas.

De acordo com a cirurgiã-dentista Bibiana Grassi (CRO/PR 11584), CEO da BG Saúde Integrativa, a harmonização orofacial faz uma integração de toda a face do paciente com seu sorriso e dentes. “Por meio de uma análise da face, das medidas ósseas, maxila, mandíbula, ossos da face e posicionamento dos dentes, consegue-se planejar o tratamento. Dessa forma, pode-se realizar um tratamento completo que possibilita devolver a harmonia do rosto.”

O dentista é o único profissional da saúde que consegue atuar na área de harmonização orofacial, frisa Grassi. “Você faz uma análise global da face, melhorando a estética bucal, o que é responsável por pelo menos a metade do rejuvenescimento. À medida que se restabelece as medidas da face, dentes e maxilares, você consegue promover, posteriormente, um tratamento estético da face. E mais: com a aplicação de menos produtos e com um resultado mais natural”, fala a cirurgiã-dentista.

Quem pode realizar

A norma para que o profissional esteja habilitado é rigorosa: o dentista precisa ter, no mínimo, 360 horas de cursos que englobem o conteúdo. Ou, então, deve ter especialização em Cirurgia e Traumatologia Bucomaxilo Facial com atuação efetiva nos últimos cinco anos. Por último, pode ter realizado cursos de especialização em Harmonização Orofacial de até 16 meses.

“O dentista estuda toda a musculatura da cabeça, pescoço e suas deformidades, inclusive traumas e acidentes”, diz o presidente da Abehof (Academia Brasileira de Especialistas em Harmonização Orofacial), Sidmarcio Ziroldo (CRO/PR 12151).

Pioneiro no uso da toxina botulínica pelos cirurgiões dentistas, Sidmarcio Ziroldo começou pesquisas para utilizar o produto para tratar bruxismo depois de ir a um dermatologista para se livrar de uma ruga na testa. “Naquela época, não tinha nenhum treinamento para dentistas. Foi aí que começamos a montar cursos, com protocolos e pesquisas. Hoje, o Brasil é uma referência em harmonização orofacial”, conta Ziroldo.

Problemas de saúde

O bruxismo, as distonias faciais (como espasmos musculares da face), e a hipersalivação são algumas das condições de saúde tratadas pela harmonização orofacial. Cefaleias musculares e hipertrofia em um dos lados da face também são problemas comuns tratados pelos dentistas. “A hipertrofia de um dos músculos faciais desencadeia a assimetria. A pessoa fica com um dos lados do lábio menor, com um dos olhos com aspecto mais fechado”, explica Ziroldo. No caso do bruxismo, a aplicação do botox impede que a pessoa “force” demais a região, tornando o tratamento mais confortável do que o uso de placas e protetores bucais.

A harmonização orofacial, conforme explica Ziroldo, é também uma aliada para pacientes que realizam implantes dentários. “As pessoas faziam o implante e ficava fantástico, mas a hipertrofia muscular e eventuais assimetrias não eram tratadas por falta de ferramentas. Hoje, a harmonização realiza esses ajustes.”

O lábio-leporino (fissura labial decorrente de má formação congênita) também pode ser tratado pela técnica. “Fazemos um refinamento que antes era possível só com cirurgias reparadoras que deixavam grandes cicatrizes”, diz. A paralisia de Bell (fraqueza súbita nos músculos de uma metade do rosto) é outra condição que apresenta melhora com a harmonização. “Temos pacientes que dizem que mudamos a vida deles”, relata Ziroldo.

Fora as condições de saúde, questões estéticas na região orofacial também são resolvidas, mas de maneira individualizada, frisa o especialista. “A avaliação é sistematizada. Cada paciente tem um hábito e se chega ao tratamento ideal com essa observação. Não são só rugas ou volume, não é uma linha de produção para deixar todos com o mesmo queixo. O objetivo é desenvolver um trabalho completo, das assimetrias aos hábitos mastigatórios”, salienta Ziroldo.

O que é permitido para o cirurgião-dentista, conforme o CFO:

Uso da toxina botulínica, preenchedores e agregadores leucoplaquetários na região orofacial.
Procedimentos de laserterapia, técnica de bichetomia e técnicas cirúrgicas para correção dos lábios.
Cursos de especialização na área serão reconhecidos se a carga horária mínima for de 500 horas, sendo 400 de concentração em harmonização orofacial
O que não é permitido aos dentistas, segundo o CFO:

Alectomia (cirurgia das abas nasais), blefaroplastia (pálpebras), ‘lifting’ de sobrancelhas e da face, otoplastia (orelhas) e rinoplastia (nariz).
O cirurgião-dentista também é proibido de realizar publicidade e propaganda de procedimentos não odontológicos, como micropigmentação de sobrancelhas e lábios, maquiagem definitiva, design de sobrancelhas, remoção de tatuagens, tratamento de calvície e demais aplicações capilares.
Caso descumpra as regras, o cirurgião-dentista pode responder a processo ético disciplinar.

Fonte: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/cro-pr/cro-pr-pela-saude-bucal-dos-paranaenses/noticia/2021/09/13/harmonizacao-orofacial-tecnica-permitida-aos-dentistas-vai-alem-da-estetica.ghtml

Compartilhe
Atendimento Online
Enviar