Método é seguro e eficaz, mas não é indicado em alguns casos; saiba quais

Um dos procedimentos estéticos dentários mais difundidos no Brasil, o clareamento dentário é um tratamento simples, eficaz e indicado para a maioria das pessoas. Segundo dados do Conselho Federal de Odontologia, na última década, o crescimento anual do tratamento foi de, em média, 30%.

Mesmo com a popularização do método, ainda há quem busque receitas caseiras perigosas ou produtos com base em carvão ativado que podem prejudicar os dentes e não alcançar o resultado esperado.

Segundo Cristian Higashi (CRO-PR 15.646), mestre e doutor em Dentística Restauradora pela Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) e sócio proprietário da Clínica Conceito Ki, o clareamento dentário é um processo de oxidação efetivo para clarear os dentes.

No procedimento, que é realizado no consultório do cirurgião-dentista ou em casa sob supervisão do profissional, acontece a remoção de manchas internas do dente, chamadas de cromóforos. “Essas manchas internas são quebradas pelo produto clareador e transformadas em moléculas menores, que são eliminadas da parte interior do dente para a porção externa. Isso faz com que se tenha uma reflexão maior de luz e, com isso, um aspecto mais claro”, explica.

O clareamento dentário tem sido empregado por duas técnicas: a caseira e a realizada no consultório. A caseira exige maior comprometimento do paciente. Primeiramente, na consulta com o cirurgião-dentista, obtém-se um modelo de gesso da arcada dentária do paciente. Em seguida, o paciente receberá uma moldeira personalizada e os produtos para serem usados em casa, durante o dia ou à noite.

Durante o dia, é necessário usar a moldeira por aproximadamente 30 minutos, com um produto chamado de peróxido de hidrogênio, na concentração de 6 a 10%. Já à noite, utiliza-se a carbamida em concentração que varia de 10 a 22%, pelo período de uma até oito horas. Ou seja, é possível dormir com a moldeira, retirar pela manhã e escovar os dentes normalmente.

Na técnica caseira, o tratamento leva cerca de 30 dias e exige participação efetiva do paciente, que só se alcançará bons resultados se seguir à risca as orientações do dentista.

Por outro lado, o clareamento em consultório do cirurgião-dentista é mais efetivo. Em cada sessão (de aproximadamente 1h15min), quem aplica o produto clareador nos dentes do paciente é o profissional, porém os dentes devem ser isolados dos demais tecidos, colocando-se uma proteção nos lábios, língua e gengivas. Por esse motivo, a técnica funciona muito bem também em pacientes com muita sensibilidade em áreas dos dentes próximas da gengiva. Nesse caso, a concentração do produto empregado, o peróxido de hidrogênio, pode ser maior, de 38%.

A finalização do clareamento costuma ocorrer no período de uma semana, entre a consulta inicial e uma nova consulta, após dois dias da aplicação. “Em função disso, a hora clínica para fazer o clareamento em consultório é maior. Por esta razão o custo financeiro normalmente é maior do que o feito com moldeira em casa”, esclarece Higashi.

No tratamento em consultório, alguns pacientes, esclarece o cirurgião-dentista, costuma relatar uma maior sensibilidade dos dentes, o que geralmente ocorre pela maior concentração do produto empregado. “Mas ela é transitória e costuma melhorar entre um ou dois dias, no máximo”. Frisa, ainda, que somente após a avaliação efetuada pelo profissional a melhor técnica poderá ser definida para o caso de cada paciente.

Eficácia, segurança e receitas caseiras

Ambas as técnicas são seguras quando se fala na saúde dos dentes. Pacientes com trincas no esmalte, áreas desgastadas ou com raiz exposta precisam de atenção especial para que a polpa dentária não seja agredida. “É por isso que no Brasil não se preconiza os clareadores de farmácia, feitos sem supervisão do cirurgião-dentista”, fala Higashi.

O dentista alerta para o uso indiscriminado de pastas de dentes com carvão ativado, ou até mesmo a utilização do carvão e de outras receitas caseiras. “As pastas à base de carvão ativado são mais abrasivas e removem as manchas superficiais, tipo pigmentação por corantes e alimentos. O problema é que ela deixa o dente mais áspero e qualquer alimentação voltará a pigmentá-lo. Vira um círculo vicioso que pode levar a um desgaste do dente, dano em raiz exposta e problemas gengivais”, alerta.

De acordo com Higashi, esse tipo de pasta pode ser usado em uma eventual manutenção de clareamento, mas intercalada com pastas normais e por um período curto. “Por muito tempo pode gerar desgaste na estrutura dental e propiciar fraturas”, reforça.

Duração e indicação

O clareamento dentário, diz Cristian Higashi, em ambas as técnicas, é contraindicado para gestantes, lactantes e em adolescentes menores de 15 anos de idade. “Hoje, recomenda-se que pacientes abaixo de 15 anos aguardem, principalmente os jovens com as pontas das raízes ainda não estão completamente formadas. Normalmente o dente é mais claro nessa idade e o resultado não é o esperado”, orienta.

Em pessoas que já têm os dentes muito brancos, não há exatamente contraindicação, mas talvez não se chegue a um clareamento significativo. “Biologicamente, não tem como dizer o quanto que o dente vai clarear. Ele vai ficar apenas mais luminoso e levemente opaco. Cada paciente tem sua resposta biológica e um limite. Por isso, é importante dosar. Quando se exagera, o dente apenas desidrata e pode ficar prejudicado”, fala Higashi.

O resultado de um clareamento dentário, seja o feito no consultório ou em casa, sob a supervisão do dentista, costuma durar em média dois anos. O retratamento, salienta Higashi, é mais simples e rápido: com uma consulta ou com uso de moldeira por uma semana já se pode recuperar a brancura inicial. “Mas não é uma garantia. Depende da dieta e dos hábitos de higiene do paciente”, enfatiza.

Fonte: https://g1.globo.com/pr/parana/especial-publicitario/cro-pr/cro-pr-pela-saude-bucal-dos-paranaenses/noticia/2021/11/01/quanto-tempo-dura-o-clareamento-dentario-e-outras-duvidas-sobre-o-tratamento.ghtml

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